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12 tendências para 2021

Acompanhar tendências não é uma tarefa fácil. Elas acontecem como na famosa frase de Hemingway: “Primeiro lentamente e, então, de repente! ” Conseguir identificá-las antes que sejam irreversíveis é o que diferencia aqueles que lideram as transformações daqueles que simplesmente são vítimas delas.

E 2021 será um ano em que muitas coisas que vinham avançando lentamente, passarão a ser uma realidade concreta. O comportamento das pessoas e dos negócios mudaram em 2020 de um jeito que nunca tinha sido visto na história da humanidade. Isso faz com que tenhamos um novo desafio no ano que começa agora: descobrir quais são as mudanças que vieram para ficar e aquelas que são apenas temporárias, para lidarmos com a pandemia, e cairão no esquecimento em pouco tempo.

LEGADOS DA COVID-19 – 2020 acabou, mas os efeitos de um ano tão atípico devem alimentar tendências por muito tempo ainda.

TENDÊNCIA 1

ESCRITÓRIOS SEM ENDEREÇO

Entre as tantas mudanças trazidas pela crise sanitária, uma tendência que certamente terá desdobramentos no longo prazo é a forma como lidamos com os escritórios. Ao descobrir que era possível uma nova forma de trabalhar, as empresas começaram a olhar para as vantagens deste novo modelo. Uma pesquisa feita pela Cushman & Wakefield apontou que 74% das empresas pretendem manter o trabalho de casa como uma opção definitiva no pós-pandemia.

Outra prova do tamanho da mudança é o gráfico ao lado, que como mostra as menções ao termo home office em divulgações de resultados de empresas com capital aberto nos Estados Unidos atingiu um patamar recorde.

Essa nova forma de encarar o trabalho remoto destrava uma série de tendências que devem ganhar força ao longo de 2021: dos “resorts offices” (hotéis paradisíacos com boa infraestrutura para os hóspedes manterem a rotina de trabalho) às empresas e técnicas que facilitam a gestão remota de pessoas.

TENDÊNCIA 2

O REINADO DOS VÍDEOS

A impossibilidade de encontros, reuniões e eventos presenciais fez com que as pessoas tivessem que se acostumar a ver o mundo pela tela de um computador. A explosão de lives e os resultados dos aplicativos de vídeoconferência (as ações do Zoom na Nasdaq, bolsa de valores das empresas de tecnologia, chegaram a se valorizar 775% ao longo do ano) são claros sinais do quanto os vídeos entraram na nossa vida.

Em 2021, as atividades em vídeo certamente seguirão no dia a dia das pessoas – seja pelos serviços de streaming para nichos, a transmissão online de grandes eventos esportivos, o live-commerce ou outros usos que ainda nem conhecemos.

STARTUPS – Já faz um tempo que esse modelo de empresa é uma tendência. Mas começamos com 2021 com sinais claros de que ainda há muito espaço para o crescimento – e que muitos bons frutos devem ser colhidos ao longo do ano.

TENDÊNCIA 3

UMA PORTA DE SAÍDA MAIS CLARA

No Brasil, o investimento em startups está tradicionalmente ligado aos fundos de venture capital ou a pessoas físicas com grande apetite ao risco, os investidores-anjo. Um dos motivos por trás disso é o fato de os investimentos em startups terem uma liquidez muito baixa – ao fazer um cheque para uma empresa, o investidor tradicionalmente só consegue retorno muitos anos depois, quando a empresa é adquirida por algum outro player. O ano de 2021 parece ser o ano da mudança deste cenário, tanto no Brasil, com a estreia de diversas startups na Bolsa de Valores nos últimos meses de 2020, como globalmente, com a consolidação de plataformas como a CartaX, que se propõe a ser um facilitador para negociações secundárias, dando aos investidores novas chances de negociar suas participações acionárias, mesmo que a empresa nunca faça um IPO.

TENDÊNCIA 4

NOVAS PORTAS DE ENTRADA

Se por um lado os grandes startups brasileiros avançam na tendência de aumentar a liquidez de seus investidores, por outro o apetite dos donos de dinheiro pelos negócios de tecnologia também tem crescido. As mudanças na dinâmica no mercado têm feito crescer muito o interesse de investidores por startups mais iniciais. Dados da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), entidade que reúne os investidores de empresas privadas no Brasil, 2020 foi o primeiro ano em que os investimentos nas empresas mais iniciais (feitos pelos fundos de seed e venture capital) superou o valor total investido nas companhias mais consolidadas (conduzidos pelos fundos de private equity). Segundo a Abvcap, “o resultado inédito é explicado pelo amadurecimento do ecossistema de startups no Brasil, que despertou um maior apetite de investidores em um ambiente de forte procura por diversificação de aplicações financeiras.

NEGÓCIOS – Toda tendência tem um poder de impacto gigante sobre o mundo dos negócios. O que esperar, então, de um ano em que são esperadas tantas mudanças?

TENDÊNCIA 5

JUNTANDO FORÇAS

A necessidade de adaptação rápida trazida pela crise sanitária fez com que a inovação ganhasse um espaço inédito dentro de muitas empresas. Buscar formas de o negócio sobreviver demandou dos executivos, inclusive, uma mudança na forma como encarar as transformações. Sai a ânsia de realizar tudo sozinho, dentro de casa, e ganham espaço as iniciativas de inovação aberta, com parcerias com startups e outras empresas. O número de fusões e aquisições no Brasil é um indicativo do quanto as empresas têm priorizado inovar por meio da soma de esforços com quem está fora do seu ecossistema em vez de desenvolver soluções inteiramente dentro de casa.

TENDÊNCIA 6

DAR LUCRO E FAZER O BEM

No mercado de investimentos, uma sigla tem ganhado força. É a ESG, usada para designar investimentos com critérios ambientais, sociais e de governança corporativa. Para quem está acostumado com os critérios tradicionais de escolha do que é ou não um bom negócio, pode até achar que a tendência é só um banho de imagem feito pelas empresas – ou que é impossível equilibrar resultados financeiros e critérios de sustentabilidade. Mas a verdade é que cada vez mais investidores têm olhado para estes critérios antes de tomarem a decisão de comprar uma ou outra ação. O valor investido em fundos que olham para empresas adequadas às normas do ESG quadruplicou nos Estados Unidos nos últimos três anos – e já representa 20% do total. No Brasil, esta tendência começa a ganhar força agora – e a BMFBovespa criou recentemente um índice para acompanhar o desempenho das empresas que seguem as melhores práticas socioambientais.

TENDÊNCIA 7

PACOTE COMPLETO

A década passada foi marcada por uma tendência conhecida como unbundling. Nesta lógica, as soluções que cumpriam vários papéis começaram a ser substituídas por empresas Especialistas em uma etapa específica da jornada (os grandes bancos, por exemplo, começaram a perder espaço para startups focadas exclusivamente em serviços como cartões de crédito ou empréstimos). As movimentações de mercado, porém, indicam que estamos voltando à velha ótica das grandes plataformas consolidadoras. Essa nova consolidação pode acontecer por criação de negócios próprios, como o Microsoft fez com o Teams, quanto por meio de aquisições – exemplo marcado pela compra do serviço de mensageria Slack pela Salesforce, gigante dos softwares de CRM.

No Brasil, o movimento vem sendo liderado por empresas de tecnologia, como a Locaweb (que comprou cinco startups complementares aos seus serviços desde que fez IPO, em fevereiro de 2020), a Stone (que entrou em uma grande briga com a Totvs pela compra da Linx) e o Nubank (que deixou de ser um cartão para ser um serviço financeiro bem mais completo, com a oferta de produtos como empréstimos e seguros de vida).

Fora do setor de tecnologia também há quem esteja construindo suas grandes plataformas, como acontece no varejo: Magazine Luiza, Via Varejo e Centauro tiveram um 2020 marcado por diversas aquisições pouco óbvias (de empresas de mídia a fintechs) e não há sinais de que o apetite por entrar em novos segmentos para oferecer uma solução mais completa para os clientes vá diminuir em 2021.

TENDÊNCIA 8

DOIS MUNDOS EM UM SÓ

Um dos maiores desafios quando se fala em inovação é a dificuldade que a empresa tem em desviar atenção para atividades que podem até ser uma grande fonte de lucro no futuro, mas que hoje estão longe de ocupar um papel de destaque na linha de receitas. Na hora de priorizar tarefas, as atividades que trazem ganhos imediatos acabam ganhando foco. Para lidar com isso, vem ganhando espaço um conceito chamado de ambidestria organizacional.

Por este princípio, a empresa se divide em dois olhares. Enquanto um time cuida dos negócios atuais – aqueles que trazem retorno atualmente – outro time cuida do desenvolvimento de projetos que, no futuro, terão poder de mudar o mercado.

Isso vai muito além de ter uma área de pesquisa e desenvolvimento. É ter uma organização muito similar a atual, pensando em produto, vendas e marketing, por exemplo, mas com uma cultura muito mais aberta a novas ideias, uma vez que é a responsável por cuidar dos negócios que ainda não estão entre os maiores focos da companhia.

O ORGANOGRAMA DE UMA EMPRESA AMBIDESTRA

Em vez de confinar o desenvolvimento de novos produtos a uma área de pesquisa e desenvolvimento, as organizações ambidestras criam versões espelhadas de si, para dar mais força e vazão às novas ideias.

TENDÊNCIA 9

COMPRAR É COISA DO PASSADO

No universo da tecnologia, já faz um tempo que aquilo que era vendido como produto passou a ser um serviço. Os softwares, que eram comercializados por meio de licenças caríssimas, passaram a ser vendidos em esquema de aluguel mensal, dando origem a uma tendência conhecida como Software as a Service. Ao longo do tempo, o modelo expandiu para outras áreas e passamos a ter assinaturas de tudo – o Netflix, e a forma como encaramos os filmes hoje, sem ter que pagar por película assistida, é um bom exemplo disso. Agora, praticamente tudo está virando serviço. Tanto que já há quem fale do Everything as a Service (ou seja: tudo como serviço).

A tendência é motivada por uma mudança no comportamento das pessoas. Os mais jovens, principalmente, não se incomodam em não possuir um bem, desde que possam usufruir dele. Este movimento deu força ao surgimento de novas empresas, como Housi e Yuca, que trouxeram um novo olhar para o aluguel de apartamentos, e unidades de negócios dentro de players tradicionais – como Audi e Fiat, que começaram a alugar seus carros para pessoas físicas.

TENDÊNCIA 10

AGILIDADE NA MEDIDA CERTA

Termos do universo das metodologias ágeis – como scrum, sprints e squads – já fazem parte do dia a dia de muitas empresas e são quase onipresentes nos times de tecnologia. Agora o ágil está se espalhando por diversas áreas das organizações, como o marketing e a gestão de pessoas e transformando a forma como as companhias trabalham. E, com isso, a tendência começa a ir muito além da operação e as metodologias de agilidade chegam cada vez mais ao topo das organizações.

Estamos entrando na era do C-Level ágil.

Segundo um artigo recentemente publicado na Harvard Business Review, “uma organização verdadeiramente ágil demanda que a mais alta gestão da companhia abrace os princípios do ágil também”. Neste contexto, o papel da liderança é justamente construir um bom balanço entre e o que deve ser feito de forma mais rotineira pela operação e as mudanças decorrentes da busca pela inovação – em uma conexão direta com a ideia de organizações ambidestras.

GENTE –  Não há mudança no mundo dos negócios sem mudanças no comportamento das pessoas. E os comportamentos estão mudando rápido – impactando consumo e carreiras

TENDÊNCIA 11

DIFERENÇAS NA MESA

2020 marcou um fato histórico: pela primeira vez, todas as empresas integrantes do índice S&P 500 – que reúne os principais ativos negociados nas bolsas americanas – tem pelo menos uma mulher em seus conselhos. Ainda é pouco (o total de conselheiras mulheres segue abaixo de 30%), mas é um sinal claro de que a busca por olhares diversos está cada vez mais na pauta das empresas. Segundo a consultoria Spencer Stuart, que analisa a formação dos conselhos americanos, 56% dos membros contratados em 2020 faziam parte de alguma minoria (seja ela de gênero ou étnica).

Esta busca por diversidade se reflete também em outros pontos: programas de trainee voltados para minorias étnicas começam a pipocar aqui e ali (ainda que envoltos em muita polêmica) e a presença de casais gays em comerciais já não causa mais o mesmo barulho que fazia há 5 anos quando, pela primeira vez, o O Boticário incluiu um casal do mesmo sexo em suas propagandas. Para o 2021, a tendência é que a pauta de diversidade siga na mesa das empresas – e que elas sejam cada vez mais cobradas pelos consumidores para adotar medidas concretas neste sentido.

TENDÊNCIA 12

O APRENDIZADO NÃO PARA

Momentos repletos de mudanças, como os atuais, fazem com que as pessoas repensem constantemente se suas habilidades são as ideais para enfrentar cada uma das situações. Neste contexto, aquela sensação de que o que se aprendeu na graduação não faz mais sentido chega cada vez mais cedo. Não por acaso, cursos de curta duração e formas paralelas de aquisição de conhecimento (como vídeos, livros e cursos de curta duração) ganham peso na formação dos profissionais.

Por trás deste cenário, emerge um conceito chamado de Life Long Learning (ou aprendizado durante toda a vida, numa tradução livre). Esta ideia, que já ganhou força com o avanço das lives e cursos online ao longo de 2020 e deve seguir firme em 2021, cada profissional deve realizar uma curadoria de conteúdos conforme suas necessidades do momento e, assim, investir em aprendizados que respondam às necessidades atuais e que possam somar de forma incremental no longo prazo.

Fonte: ACE+exame.academy

Um comentário

  1. Elisa Vasconcelos

    O artigo acerta ao focar na reversão do “unbundling” (Tendência 7), um movimento que parecia irreversível na última década. A consolidação de grandes players como Magalu e Nubank, adicionando serviços que antes eram de nicho, mostra que a conveniência do “pacote completo” está superando a especialização extrema.

    Apesar de as Tendências 3 e 4 apontarem para um amadurecimento do ecossistema de startups e aumento do seed funding, a lógica da “plataforma total” sugere que o objetivo final de muitas dessas empresas será a aquisição por esses grandes consolidadores, e não necessariamente o crescimento independente até o IPO.

    Essa dinâmica levanta um questionamento importante sobre a sustentabilidade do modelo de “everything as a service” (Tendência 9), pois a conveniência do cliente pode levar à dependência de poucas superplataformas que controlam a maioria dos serviços.

  2. Clara Carvalho

    O artigo acerta ao destacar a inversão na alocação de capital de risco (Tendência 4). A Abvcap confirma que 2020 foi o primeiro ano em que o investimento em startups mais iniciais superou o valor total destinado a empresas consolidadas. Isso sugere um amadurecimento do ecossistema.

    Essa mudança de foco, priorizando o early stage, é crucial. Em um cenário de consolidação de grandes plataformas (Tendência 7), o mercado está diversificando o apetite ao risco para alimentar a base da pirâmide, garantindo o pipeline de inovação para futuras aquisições e fusões (Tendência 5).

  3. Breno Macedo

    Achei muito perspicaz a parte sobre o retorno do “bundling” (Tendência 7), que o artigo chamou de “pacote completo”. A gente passou anos vendo startups quebrarem os serviços tradicionais em pedacinhos (unbundling) e agora o movimento é o contrário: as grandes plataformas comprando essas soluções pra oferecer tudo junto de novo (ex: Locaweb, Stone). É o ciclo voltando, mas com a tecnologia no centro. Essa consolidação, acelerada pelas aquisições de 2020 (como a da Linx e as do Magazine Luiza), mostra que o valor agora está na experiência completa do cliente, e não só na especialização de um único produto. É um desafio e tanto pras empresas médias que não têm o caixa pra competir nesse nível. 🤔

  4. João Guilherme da Paz

    O artigo apresenta uma análise oportuna das tendências de 2021, especialmente ao destacar o desafio de discernir entre mudanças temporárias e legados permanentes da pandemia, conforme a citação de Hemingway. No entanto, o verdadeiro valor reside na interconexão entre as tendências de comportamento e as estruturas corporativas. A ascensão dos “Escritórios sem endereço” (Tendência 1), por exemplo, não é apenas uma mudança logística; ela força a redefinição da gestão de equipes remotas, exigindo a adoção de metodologias ágeis (Tendência 10) em um nível C-Level, não apenas operacional. Essa necessidade de adaptação estrutural culmina no conceito de “ambidestria organizacional” (Tendência 8), que o artigo descreve como a capacidade de equilibrar a operação atual (exploitation) com a inovação futura (exploration). O artigo acerta ao sinalizar que a liderança precisa ser o motor dessa ambidextria, permitindo que as novas ideias decolam sem serem sufocadas pela priorização do resultado imediato.

    A dinâmica de investimento e mercado (Tendências 3, 4 e 7) também reflete essa maturação do ecossistema. O crescimento do investimento em startups em estágio inicial (seed/venture capital) sobre o private equity, conforme os dados da Abvcap citados, demonstra uma mudança no apetite ao risco e na diversificação de aplicações. Paralelamente, a tendência de “rebundling” (Tendência 7), com empresas como Locaweb e Nubank consolidando serviços complementares, contradiz a lógica do “unbundling” da década passada. Essa consolidação é um movimento estratégico para aumentar a retenção de clientes e o LTV (Lifetime Value), o que, por sua vez, facilita as estratégias de saída (Tendência 3) para investidores. Em essência, as tendências de 2021 apontadas no artigo sugerem que o mercado está evoluindo de um foco em nichos especializados para a construção de plataformas robustas, impulsionadas por capital de risco mais diversificado e pela necessidade de agilidade estratégica na gestão.

  5. Liam Aragão

    O artigo capta bem a aceleração das tendências de 2020, mas o ponto mais interessante e complexo para a análise de mercado é a alteração na dinâmica de investimento em startups. A Tendência 4, que aponta a superação dos investimentos em seed/VC sobre o Private Equity no Brasil pela primeira vez em 2020, não é apenas um dado estatístico, mas um indicador de que a percepção de risco e a maturidade do ecossistema estão em transição. Esse movimento sugere um maior apetite por *early-stage ventures*, impulsionado pela busca por diversificação de aplicações financeiras e pela digitalização acelerada.

    Essa mudança de apetite por capital mais inicial (Tendência 4) se conecta diretamente com a Tendência 3 (Uma Porta de Saída Mais Clara). O aumento da liquidez, seja via IPOs (saídas mais claras) ou o surgimento de plataformas como a CartaX para negociações secundárias, altera fundamentalmente o cálculo de retorno e a atratividade do investimento de risco. Ao reduzir o horizonte de iliquidez tradicional do capital de risco, que o artigo menciona como o principal desafio do investidor-anjo, o mercado se abre para investidores institucionais e *family offices* que antes evitavam o setor devido à dificuldade de desinvestimento.

    Essa dinâmica de maior liquidez e valorização das startups tem um impacto direto nas estratégias corporativas, como visto nas Tendências 5, 7 e 9. A “ambidestria organizacional” (Tendência 8), por exemplo, ganha relevância quando a inovação não é mais confinada a P&D, mas se torna um imperativo de mercado para competir via aquisição. A reversão do “unbundling” (Tendência 7) e a ascensão do “Everything as a Service” (Tendência 9) demonstram que a inovação aberta (Tendência 5) via M&A é o caminho mais rápido para a consolidação de ecossistemas, exemplificada pelas aquisições estratégicas do Magazine Luiza e da Locaweb. A aquisição de *fintechs* e empresas de mídia por varejistas, por exemplo, não é apenas sobre complementar serviços, mas sim integrar *core competencies* para oferecer uma experiência de cliente completa, consolidando o mercado em plataformas dominantes.

  6. Maria Flor Costela

    Gostei muito da parte que fala sobre as empresas estarem “juntando forças” (Tendência 5) e a virada pra inovação aberta! Faz muito sentido, né? Depois de um 2020 tão louco, tentar fazer tudo sozinho “dentro de casa” ficou inviável. Os executivos tiveram que virar a chave rapidinho pra sobrevivência, e essa busca por parcerias e M&A, como o artigo aponta pelo crescimento do número de fusões e aquisições no Brasil, mostra bem que a agilidade e a complementaridade são o novo ouro.

    E essa mentalidade de “juntar forças” acho que vai além de só inovar mais rápido. Ela se conecta demais com a Tendência 6, do “Dar Lucro e Fazer o Bem” (ESG). As empresas não estão só buscando eficiência ou novas soluções; elas estão entendendo que o propósito e o impacto social/ambiental também são “ativos” valiosíssimos, tanto pra atrair talentos quanto pra segurar investidores. O artigo mostra que nos EUA quadruplicou o investimento em fundos ESG, e por aqui a BMFBovespa criando índice pra isso… é um sinal e tanto que o mercado tá amadurecendo e cobrando essa pegada.

    Acho que o grande “legado da COVID-19” que o artigo menciona no início é exatamente essa redefinição do que é sucesso e valor no mundo dos negócios. Não é só sobre receita, mas sobre como vc inova, com quem vc se une e, principalmente, como vc contribui pro bem-estar coletivo. É um desafio e tanto separar o que é modinha do que veio pra ficar, mas essa combinação de agilidade com propósito me parece ser um caminho sem volta pra 2021 e pros próximos anos. Curti muito a leitura! 🚀

  7. Laura Correia

    Esse artigo acertou em cheio com aquela frase do Hemingway, né? 2020 foi o ano em que tudo que vinha devagar explodiu de repente. A maior prova disso é o home office, que o texto chama de “escritórios sem endereço”. O gráfico da Cushman & Wakefield, mostrando que 74% das empresas pensam em manter o modelo híbrido, confirma o que a gente já via no dia a dia. Pra mim, a maior sacada desse novo cenário é a possibilidade de trabalhar de “resort office” (Tendência 1), que o texto menciona. Isso é uma revolução pra quem gosta de viajar, e mostra que o trabalho remoto veio pra ficar.

    Curti muito a parte de como as empresas estão se adaptando. A ideia de “ambidextria organizacional” (Tendência 8) faz total sentido pra balancear o que dá dinheiro hoje com o que vai dar no futuro. E o movimento de “pacote completo” (Tendência 7) é visível, né? O Nubank, que antes era só cartão, agora é um banco de verdade, oferecendo de tudo. É a prova de que as empresas estão deixando de ser nicho pra virar plataformas completas. Achei interessante também o crescimento dos critérios ESG (Tendência 6), mostrando que, aos poucos, as empresas estão entendendo que precisam “fazer o bem” pra atrair investidores e clientes.

    Pra gente, a parte mais importante talvez seja a “Life Long Learning” (Tendência 12). Com tanta mudança rápida, não dá pra parar de aprender nunca. Mas pensando no artigo como um todo, achei que ele foca bastante em startups e grandes players, como Locaweb e Magazine Luiza. Será que todas essas tendências se aplicam de verdade pra PMEs (Pequenas e Médias Empresas)? As PMEs sofrem mais com a adaptação. Talvez a “ambidextria” seja um luxo que só os grandes podem ter, né? Seria legal ver como as pequenas empresas podem usar essas tendências pra sobreviver também.

  8. Carolina da Conceição

    A análise da ACE+exame capta bem a complexidade da alocação estratégica de capital no cenário pós-2020, que exige uma gestão ambidestra (Tendência 8) para conciliar o foco no retorno imediato com a inovação de longo prazo. A reversão da lógica do “unbundling” (Tendência 7), exemplificada pela Locaweb e Stone, sinaliza um retorno à consolidação de plataformas para aumentar a participação no share of wallet do cliente, integrando serviços outrora segmentados. Isso se soma à ascensão da agenda ESG (Tendência 6), onde critérios ambientais e de governança corporativa, que quadruplicaram nos fundos americanos em três anos, deixam de ser um mero “banho de imagem” e se tornam drivers de investimento e valuation, impactando diretamente a liquidez e as saídas (Tendência 3) das startups. O desafio da ambidexteridade é justamente gerenciar essa tensão entre a eficiência operacional da consolidação (core business) e a necessidade de inovação contínua, uma vez que o mercado exige velocidade e adaptabilidade (Tendência 10).

  9. Sofia Albuquerque

    Pô, achei muito perspicaz o artigo ao apontar a Tendência 7, a da volta ao “pacote completo”. A gente vinha de uma década de “unbundling” (o exemplo das fintechs especializadas versus os bancos grandes é perfeito), mas parece que o jogo virou. É interessante ver como empresas como o Nubank ou a Magalu agora estão correndo para agregar serviços e produtos, buscando ser um “one-stop shop” para o cliente. Esse movimento de rebundling mostra que no final das contas, o mercado ainda valoriza quem consegue oferecer a solução mais integrada. É uma reviravolta que muda a dinâmica de competição de novo!

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